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Mastermilitância: quando o feminismo tenta politizar até uma competição culinária

Uma das competições culinárias mais famosas do mundo, o Masterchef, estreou no Brasil em setembro de 2014. Cozinheiros amadores de todo o país disputaram entre si o título e o programa fez bastante sucesso em todas as suas edições. Sempre se tratou de uma competição culinária onde não ganhava necessariamente quem era o melhor de forma geral, mas o que ganhava o maior número de provas. O melhor exemplo disso foi a eliminação da candidata Cecília Padilha, que arrisco dizer foi a melhor candidata amadora de todas as edições, ao perder uma prova por se esquecer de usar um dos ingredientes obrigatórios e, contra um dos competidores mais fracos daquela primeira edição, Jaime.

O programa sempre teve foco na gastronomia, todos os comentários dos espectadores sempre foram a respeito das técnicas, habilidades e pratos dos participantes. Nunca houve conflitos de gênero nas edições brasileiras, entretanto, na primeira versão da competição com profissionais, as coisas mudaram.

Pela primeira vez, os comentários não eram a respeito dos pratos e habilidades dos competidores, e sim em cima de uma novelinha bastante alimentada pela edição e comprada por muitos, principalmente por quem nunca assistiu o programa, e começou a torcida cega pela candidata “oprimida”. Assim, o Masterchef, que sempre foi um programa onde se via uma competição gastronômica onde vencia o melhor, transformou-se em um Big Brother Brasil onde o mocinho tinha que vencer o vilão. O programa deixou de ser notícia pela gastronomia e passou a chamar a atenção por se transformar na história da “oprimida” contra os “opressores”.

Muitas críticas foram direcionadas aos participantes considerados arrogantes e a torcida apoiou em peso os “humildes” e carismáticos. “Do que adianta ser o melhor e ser escroto? A humildade venceu a arrogância” foi o argumento que se leu por aí. Incrível como brasileiro gosta da carinha de bom moço e uma vítima “excluída” ou “perseguida”, colocando isso acima de talento e técnica. Tudo vira uma guerrinha onde quem ganha não é o melhor, mas quem tem mais carisma. Não interessa se você tem o melhor projeto e sim o apelo psicológico/emocional que ele provoca. A torcida organizada na final do programa, ocorrida ontem (13), para “ver macho escroto se ferrar” diz muito sobre o país.

Na segunda edição da versão americana do programa, havia dois competidores, um homem e uma mulher, que simplesmente se detestavam e nenhum dos dois escondia a antipatia pelo outro. As tentativas de sabotagem de ambas as partes eram visíveis e foi inclusive em uma dessas tentativas que ele foi eliminado. O competidor achou que a sua rival iria se sair mal na semifinal por ter que criar um prato usando cogumelos, mas não sabia que ela era especialista no ingrediente. Ele foi eliminado e ela acabou vencendo o programa. Em momento algum houve acusações de machismo ou perseguição, simplesmente deixaram os dois tentando se matar e o melhor venceu. No Brasil, mesmo antes da prova final ir ao ar, ficou claro quem venceria o programa. Quem se atreveria a ir contra a audiência?

Ela merecia estar na final? Sem dúvida alguma. Era uma excelente cozinheira. Entretanto, não há como não questionar as notas extremamente baixas que ele recebeu em alguns pratos que pareciam medianos, não péssimos. Em momento algum os jurados deram a entender que Marcelo tinha um prato tão ruim a ponto de merecer uma nota 2. Não questiono o mérito da vitória de Dayse, questiono Marcelo ter recebido notas muito ruins em pratos que, apesar de não serem excelentes, com base nas críticas dos jurados nem de longe eram ruins. Foram notas muito baixas em vários pratos seguidos e isso influenciou diretamente o resultado final. Pela primeira vez na história do Masterchef Brasil, fiquei me perguntando se aquele realmente era um resultado justo ou se foi fabricado para agradar a torcida organizada das redes sociais.

Seria interessante as militantes experimentarem assistir o programa antes de usar bordões ridículos como “vai ter mulher na cozinha sim” ou “vai ter mulher ganhando sim”. Mulheres SEMPRE dominaram a cozinha do Masterchef e, na minha opinião, a melhor competidora de todas as edições era uma mulher, Cecília Padilha. Os únicos homens que realmente se destacaram foram os jurados. A própria vencedora fez questão de deixar bem claro que não levanta bandeira alguma e que espera não se tornar um símbolo feminista. Ponto para Dayse. Prefere ser reconhecida pelo seu talento, não pelo seu gênero.

O Masterchef era um programa muito bom enquanto o assunto era gastronomia. Mas o que era uma divertida competição culinária transformou-se num concurso de carisma. E quando se politiza tudo, acaba-se perdendo o apetite. Até por assistir a um programa de culinária.

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