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Como o livre mercado capitalista – e não o estado – libertou as mulheres

O capitalismo é frequentemente culpado por muitas coisas das quais não é responsável. Esse é um fato com a qual nós, defensores do livre mercado, nos acostumamos a viver.

Entre as acusações feitas contra o capitalismo está aquela de que é um sistema ruim para as mulheres. A diferença salarial entre os gêneros, por exemplo, costuma ser utilizada para afirmar que o capitalismo gera discriminação contra as mulheres. Também ouvimos outros argumentos sobre como o capitalismo apoia o “patriarcado” e leva mulheres a serem tratadas como cidadãs de segunda classe. Na realidade, o capitalismo trouxe muito mais benefícios do que malefícios às mulheres.

Um dos melhores exemplos é a forma como o capitalismo possibilitou avanços econômicos para as mulheres, particularmente aumentando a presença delas na força de trabalho. O constante aumento da participação feminina na força de trabalho talvez seja o fato demográfico mais importante dos últimos 100 anos. Ao dar às mulheres sua própria fonte de renda, o capitalismo as fortaleceu de muitas maneiras; por exemplo, a mudança na dinâmica do casamento permitiu às mulheres saírem de relacionamentos dos quais não podiam sair anteriormente. A independência econômica feminina também transformou a família.

Podemos olhar para o aumento da participação das mulheres na força de trabalho de duas formas diferentes, como costumamos fazer na economia. O capitalismo tanto demandou mais força de trabalho feminina quanto ofertou condições que facilitaram às mulheres ofertar sua força de trabalho.

O aumento da demanda pela força de trabalho

O aumento da demanda pela força de trabalho talvez seja o lado mais óbvio. O crescimento econômico que o capitalismo gerou após a Revolução Industrial e no início do Século XX teve duas consequências. Primeiro, aumentou a demanda por trabalho em geral. Na medida em que os salários aumentavam e os trabalhadores (a maioria, homens) enriqueciam, eles começaram a comprar mais do que antes. O aumento da demanda por produtos finais aumentou a demanda por tudo o que fosse necessário para a produção destes produtos. E, claro, uma dessas necessidades é o trabalho.

O aumento da demanda por trabalho significou que as empresas tiveram que procurar por trabalhadores em outros locais. Uma opção era tentar contratar trabalhadores de outras empresas, mas isso demandava pagar salários maiores. A outra opção era empregar mais mulheres em trabalhos que eram restritos aos homens até então. E foi isso que muitas empresas começaram a fazer no início do século passado. O resultado foi que as mulheres que nunca tinham trabalhado fora de casa começaram a encontrar empregos. Foi o crescimento econômico impulsionado pelo capitalismo e pela industrialização que tornou isso possível.

O crescimento econômico teve um segundo efeito sobre a demanda por trabalho feminino. Na medida em que a industrialização progredia e a escala das operações crescia, o número de empregos auxiliares como secretárias e balconistas cresceu. Além disso, parte do aumento da demanda dos consumidores foi por serviços e não por produtos. Ao invés de comprarem frangos e abatê-los, as pessoas preferiam pagar mais por partes do frango abatido. Comer fora se tornou mais comum e a demanda por serviços pessoais como barbeiros e cabeleireiros cresceu. As mulheres podiam competir com os homens por esses empregos de forma mais eficaz do que competindo por trabalhos fisicamente mais pesados. O resultado foi mais oportunidades de trabalho para as mulheres. Em 1940, a demanda por trabalho feminino era tão grande que as empresas começaram a oferecer empregos de meio-período para se adequarem à necessidade de flexibilidade das mulheres casadas.

Aparelhos domésticos que economizam tempo

O capitalismo também forneceu as condições que tornaram a oferta da força de trabalho feminina mais fácil. O maior problema que as mulheres casadas enfrentavam, principalmente as mães, era tomar conta da casa. Com a tecnologia disponível na virada do século passado, manter a casa limpa era um trabalho de tempo integral. Entretanto, entre as décadas de 1910 e 1930 foram desenvolvidos todos os tipos de novos aparelhos domésticos que reduziram significativamente o tempo necessário para cozinhar e limpar. Lavar roupas deixou de ser um trabalho que demandava três dias e algumas pessoas para se tornar um trabalho feito em algumas horas. Essas invenções libertaram as mulheres de boa parte do trabalho doméstico e tornaram a ideia das mulheres trabalhando fora de casa possível.

As mulheres também estão se tornando cada vez mais instruídas, tanto em nível médio quanto em nível superior. Igualmente nesse caso, a riqueza criada pelo capitalismo tornou possível que as famílias educassem seus filhos por mais tempo, incluindo as filhas. Essa riqueza também foi suficiente para tornar o trabalho infantil desnecessário para a sobrevivência da família. Uma força de trabalho feminina mais instruída e mais produtiva significou um aumento na possibilidade das mulheres serem contratadas.

Embora raramente receba crédito, o capitalismo libertou as mulheres de séculos de cidadania de segunda classe.

Tradução: Marcelo Faria

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