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Como o mercado está fazendo mais pelas mulheres islâmicas do que o movimento feminista

O Irã lançou recentemente uma nova unidade de Polícia Moral, a qual é responsável por controlar o comportamento feminino e avaliar se as mulheres estão em conformidade com as leis islâmicas. A força policial é temida pelas mulheres nos países de orientação religiosa islâmica, pois aquelas que não estiverem com vestimentas compatíveis com valores islâmicos podem ser detidas pela polícia. O controle consiste em observar a colocação eficaz do véu e se as mulheres não os retiram ao entrar em carros. Os agentes da polícia moral, todavia, não podem deter as “infratoras” de imediato, devendo informar à polícia comum, que efetuará a prisão a depender das “infrações” cometidas. São 7 mil novos guardas vestidos à paisana para dificultar a identificação pelas iranianas com o escopo de tornar o controle mais eficiente.

Enquanto isso, o movimento feminista local discute a matéria da veja sobre Marcela Temer ser “bela, recatada e do lar” no mesmo momento em que tal fato ocorrido no Irã foi divulgado nos portais online. As reações exageradas das adeptas ao movimento incluíram postagens de fotos de mulheres bebendo em bares ou seminuas acompanhadas de “#belarecatadaedolar” nas legendas, textos sobre como a Veja tentou “impor” um padrão patriarcal, comparações da revista com antigas revistas voltadas ao público feminino, etc.

O aumento da repressão estatal em países islâmicos contra a população feminina continua a ser ignorado pelo movimento. A repressão se intensifica na medida em que o desrespeito dessas mulheres aos valores islâmicos justifica atos imundos como o estupro, pauta muito discutida pelo feminismo, porém ignorada nos casos islâmicos. A polícia moral foi criada após a Revolução Islâmica de 1979 para evitar e punir a “corrupção moral” por parte dos islâmicos, visando não somente mulheres, como também casais de namorados. Para isso, abordam civis com truculência e punem aquelas que violam a “sharia”, lei islâmica.

Dentre as condutas femininas que infringem tal lei e já foram punidas pela polícia estão o uso de vestimentas justas ou coloridas, má colocação do véu, usar véus muito transparentes ou amarrar os cabelos por ressaltar o rosto. As punições incluem encarceramento e chicotadas em público, além de questionamentos que visam testar o conhecimento das “infratoras” sobre orações, jejum e hijab (vestimenta que cobre integralmente o corpo). Algumas mulheres relatam ter sido punidas, inclusive, por saírem de casa sem companhia masculina.

Para driblar a polícia moral iraniana, foi desenvolvido um aplicativo chamado “Garshad” que informa aos usuários, através de um ícone de um homem barbudo, os pontos onde se encontram a polícia moral. Os próprios usuários também podem informar tais pontos indicados em um mapa da cidade. O site do Garshad diz que a exatidão das informações depende da cooperação daqueles que fazem uso do serviço e que a criação se deu em razão da indignação com a opressão moral, visando a resistência para recuperar a liberdade. O aplicativo foi bloqueado pelo governo, mas muitos usuários continuam a acessar o mesmo com o uso de proxies que desbloqueiam e permitem o acesso.

Os empreendedores buscam atender demandas ou interesses por serviços da maioria da população e terminam por beneficiar a mesma, independente se visam lucro ou lutar por determinadas causas, como no caso dos criadores do Garshad, iranianos que vivem fora do país. Na loja de aplicativos do Google, o aplicativo possui nota 4,7 do total de 5, demonstrando a satisfação dos usuários com serviço prestado. Enquanto o mercado segue se adaptando para combater a repressão sofrida pelas mulheres em países islâmicos, o feminismo segue em silêncio.

Por alguma razão, os coletivos feministas e a academia trazem discussões de assuntos insignificantes para a igualdade de gênero e completamente normais de ocorrer em razão de interesses naturais de cada gênero. Todavia, permanecem calados sobre a repressão feminina contra as mulheres islâmicas, por tal pauta entrar em conflito com outra defendida pela doutrina na qual o feminismo se inclui: a tolerância religiosa em favor do islamismo. As feministas se escandalizam por suposta “imposição” ao que chamam de “modelo patriarcal” presente em uma matéria cujo o escopo nada mais era do que explanar o perfil da esposa do vice-presidente, mas ignoram a verdadeira opressão e modelo patriarcal dos países sob a lei islâmica. Coerência não é o forte do movimento feminista.

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