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O “apoio” estatal à cultura é o principal instrumento de propagação das ideias socialistas

O senso comum indica que as pessoas respondam positivamente a qualquer iniciativa governamental de apoio à cultura em geral, especialmente aos artistas e suas produções. É desconfortável dizer “não” a tais políticas ao mesmo tempo que se admite que o país tem algum tipo de “deficiência” cultural. O fenômeno é parecido com aquele referente à educação: todos parecem concordar que a educação é um problema, então supostamente qualquer medida que priorize a educação estatal deveria ser benéfica à sociedade como um todo.

Na prática, contudo, a situação revela-se substancialmente diferente. Pais e mães não compreendem por que enviam seus filhos à escola ou à universidade como pessoas normais e eles retornam para casa espumando ódio ao sistema e aos “valores burgueses”. Esse simples fato deveria alertar a opinião pública e aumentar as ressalvas a “movimentos populares” e medidas governamentais de “valorização da educação”. No Rio de Janeiro, alunos mobilizam-se para que a carga horária de filosofia e sociologia seja aumentada: alguém suspeita de qual o real motivo disso?

No caso específico das políticas culturais e do incentivo à produção artística financiada pelo estado, a única solução urgente e necessária é acabar com todos os programas que transferem recursos do contribuinte para a atividade cultural, além de eliminar por completo a legislação “protetiva” que impede a livre concorrência entre os artistas (nacionais e estrangeiros).

Como produtor de cinema, participei há uma década de um grupo de trabalho na Câmara Municipal de São Paulo, cujo objetivo seria ajudar a formular políticas públicas para o setor, levando “reivindicações de classe” aos vereadores. De um grupo relativamente heterogêneo que participava das discussões, era possível identificar três perfis: o militante profissionalizado, preocupado em continuar sobrevivendo financeiramente de tais políticas; o militante ideológico, cujo real objetivo – ainda que dificilmente realizável – é destruir o capitalismo e todos os valores identificados a ele; e, por último, o amante das artes que não necessariamente precisa do financiamento público para viver.

Meses e algumas reuniões depois de iniciar minha participação no grupo decidi que não iria mais, mas posso testemunhar que qualquer tipo de “política” formulada por ali seria resultado direto da agenda dos dois primeiros grupos. Os amantes das artes abandonariam fatalmente os trabalhos simplesmente por não encontrar eco às suas opiniões.

O que acontece hoje em São Paulo, mas que possivelmente pode ser observado em escala diferente em muitas cidades brasileiras, é que qualquer política pública para a cultura nasce ou passa pelo crivo direto dos militantes profissionais ou ideológicos: na “melhor das hipóteses”, seu objetivo é ganhar dinheiro à custa de tais políticas; na pior entre elas, é trazer o caos à “sociedade burguesa” de modo que a agenda de esquerda prevaleça.

A capital paulista vê hoje uma intensa movimentação de grupos de ação cultural, coletivos e cooperativas especializadas no “teatro de rua” e em intervenções urbanas cujo objetivo – muitas vezes sequer camuflado – é divulgar a ideologia socialista e suas diversas variações e disfarces, apoiados na lógica de ocupação de espaços e busca de hegemonia do pensamento do italiano Antônio Gramsci. São organizações supostamente apartidárias, mas que, em momentos de agitação política ou época de eleição, não se constrangem em propagar, ainda que apocrifamente, material de interesses de partidos como PT, PSOL e PSTU, espalhando como uma praga por muros e postes acusações sem prova contra adversários políticos, além de habituais provocações à “burguesia”.

Essa militância não se forma nem se mantém gratuitamente. Ela se aproveita de inumeráveis programas, editais, concursos e bolsas oferecidos pelo poder público sob pretexto de “apoio à cultura”. Festivais de artes com participação de ativistas internacionais servem para intercâmbio de experiências entre militantes de esquerda de diferentes países, tudo pago pelo contribuinte.

A partir de tal contexto, não é surpresa quando um adolescente ingênuo inicia “oficinas de teatro” e termina querendo jogar coquetéis molotov na polícia. Basta lembrar que a maior influência do teatro brasileiro é Bertolt Brecht, um célebre e repugnante militante comunista e admirador de Joseph Stalin. Existe no Brasil toda uma geração de artistas de teatro formados sob sua direta influência. Essa formação tem sido financiada pela “burguesia” pagadora de tributos.

Da mesma forma, a aparentemente arbitrária obsessão da esquerda por parques públicos como o Augusta e o Minhocão (ambos no centro paulistano) explica-se quando se investigam as reais intenções por trás da bandeira. Os ativistas exigem não apenas a conversão de gigantescas áreas em parques, mas que esses parques funcionem como espaço de ação direta de cooperativas e coletivos com “atividades culturais” oferecidas pelo governo. Tais atividades nada mais são que instrumentos de propagação da agenda de esquerda: oficinas de teatro brechtiano, intervenções, shows musicais com artistas fracassados ligados a partidos socialistas, etc.

Crianças e adolescentes são o verdadeiro alvo dessas células revolucionárias que se utilizam da cultura como meio de propagação de ódio ao capitalismo, à burguesia, à família e ao ocidente. No futuro, não será surpresa se constatarmos que o teatro e seus coletivos estão funcionando também para o recrutamento de radicais religiosos antiocidente, uma vez que é possível enfiar num mesmo grande saco diferentes e aparentemente inconciliáveis correntes políticas unidas pelo ódio aos preceitos liberais.

Por tudo isso, quando perguntarem se você é “a favor” ou “contra” o apoio estatal à cultura, cuidado com sua resposta: você pode estar carimbando seu passaporte para o Gulag.

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