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Casa de “filho de Lula” pertence a investigado em Escândalo do Banestado do PSDB

A Polícia Civil realizou na última terça-feira (10), em Paulínia – SP, uma operação de busca e apreensão na casa que supostamente seria de Marcos Lula da Silva, filho mais velho do ex-presidente Lula. A operação foi deflagrada depois de uma denúncia anônima feita por telefone e nada foi encontrado, mas dois notebooks, CDs, DVDs e disquetes, além de vários documentos, foram apreendidos na ação.

No dia seguinte, quarta-feira (11), o secretário estadual da Segurança Pública, Mágino Alves, determinou que o delegado responsável pela operação – Rodrigo Luís Galazzo – fosse afastado do caso. A decisão foi tomada após reunião do secretário da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) com seis deputados estaduais do PT: Alencar Santana Braga, Enio Tatto, Ana do Carmo, Márcia Lia, José Américo e José Zico Prado.

Um detalhe, entretanto, passou desapercebido pela polícia, justiça e imprensa: a casa onde Marcos Lula foi alvo da ação policial pertence, na verdade, a Constante Luiz Beraldo Neto, investigado pela Operação Macuco da Polícia Federal em 2002, caso que ficou conhecido como Escândalo do Banestado, precursor da Lava Jato. Suspeitava-se à época que Constante Luiz fosse um dos laranjas utilizados pelo esquema para enviar dinheiro ao exterior por meio de “doleiros”.

De acordo com o mandado de busca e apreensão da operação, autorizado pela juíza Maria Brandão Pistelli, a ação policial foi realizada no imóvel localizado na Rua Mário Santucci, 110 – Paulínia – SP. O endereço é o mesmo mencionado por Constante Luiz em seu depoimento à CPI do Banestado em 2004, publicado em um suplemento do Diário do Senado Federal, e em um edital de proclamas do Jornal de Paulínia publicado no último dia 19 de maio de 2017, onde André Villaça Beraldo, filho de Constante Luiz, menciona o mesmo endereço como residência.

Conforme informado pelo então delegado da Polícia Federal responsável pela Operação Macuco, José Castilho Neto, foram movimentados 30 bilhões de dólares de forma ilegal em uma verdadeira “lavanderia de dinheiro mundial” por meio do então Banco Estadual do Paraná (Banestado). As investigações envolveram nomes do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002) e não avançaram após o delegado José Castilho ser afastado do caso no começo de 2003, no início do primeiro governo Lula.

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito, a CPI do Banestado, foi criada no dia 26 de junho de 2003 e presidida pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB), tendo como vice-presidente o deputado Rodrigo Maia (PFL, atual DEM) e relator o deputado José Mentor (PT). Após um ano e meio de investigações, Mentor concluiu o relatório sugerindo o indiciamento de 91 pessoas, incluindo Gustavo Franco (presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso), o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, e o dono das Casas Bahia, Samuel Klein. O presidente da CPI encerrou os trabalhos da comissão sem que o texto apresentado fosse votado pelos demais integrantes.

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