Leonardo Picciani (PMDB-RJ), que está em seu quarto mandato como deputado federal pelo Rio de Janeiro, foi empossado ministro do Esporte embora aparentemente não possuísse qualquer vínculo com a área. Porém a empresa de sua família, Agrobilara, é sócia da mineradora Tamoio, que possui contratos de fornecimento de brita para pelo menos duas obras dos Jogos Olímpicos, o Parque Olímpico do Rio (orçado em 2,34 bilhões de reais) e o corredor de ônibus TransOlímpica (orçado em 2,2 bilhões) que vai da Barra a Deodoro.
Filho de Jorge Picciani, que é presidente do PMDB-RJ e da Assembleia Legislativa do estado, o ministro aderiu ao governo Dilma Rousseff no início do segundo mandato. Leonardo elegeu-se com a base eleitoral do pai e ocupou cargos importantes também com esta ajuda. Aos 28 anos, em seu segundo mandato, assumiu a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a mais importante da Câmara. Se tornou líder do PMDB em 2015 e embora tenha perdido o cargo ao apoiar a Dilma, recuperou a liderança do partido na Câmara dias depois, novamente com ajuda de manobras do pai.
“O estado é a grande ficção através da qual todos tentam viver às custas de todos”. Esta frase contida no livro L’Etat: Maudit Argent, escrito por Frédéric Bastiat em 1849, descreve claramente as indicações do novo ministério do presidente interino Michel Temer.