Jovens ingressam na faculdade sem saber a diferença entre “mas” e “mais” ou quando usar “por que” e “porque”. Não fazem a menor ideia de quanto gastam com crédito rotativo no cartão. Muitos não sabem o CEP das suas residências. Enquanto 38% dos universitários são considerados analfabetos funcionais, quase metade dos brasileiros não sabem que pagam impostos quando vão às compras, sendo que alimentos essenciais como o arroz, sofrem a incidência de quase 20% de impostos.
Permitir ao aluno escolher ir ou não às aulas de filosofia, sociologia, artes, educação física, literatura, história ou geografia, além de demonstrar um pouco de respeito ao indivíduo e sua autonomia, também será útil ao jovem que quer (e muitas vezes precisa) auxiliar o ofício da família, trabalhar no comércio, fazer um curso gratuito na internet ou aumentar a quantidade de livros lidos durante o mês. A iniciativa de quase dobrar a carga horária das aulas, de 800 horas para 1400 horas anuais, não ajuda nem um pouco a mudar um cenário amplo no ensino. Esta medida obrigaria um aumento no orçamento em R$ 1,5 bilhão de reais no ensino médio. O fato mais provável é que aumentar o tempo de permanência do aluno na escola, tenha um efeito contrário ao da intenção, estimulando ainda mais as desistências. Metade dos jovens de 15 a 17 não está matriculada no ensino médio e 16,2% dos alunos desistem da escola para trabalhar ou procurar trabalho.
A única diferença que uma decisão centralizada homologada por um presidente, governador ou prefeito poderá fazer para estes jovens, será aumentar a carga de impostos pagos pelas suas famílias. Para os 2 milhões de professores existem 3,1 milhões de auxiliares de escola e burocratas em secretarias da educação e a educação pública gasta 410% a mais com universitários do que com alunos do ensino básico.
Se você acha que deve defender melhores condições de educação à população, comece a promover a autonomia das escolas. Ajude a pressionar a extinção do monopólio de regras do MEC, para que os mais interessados, pais e professores, sejam livres para escolher o método pedagógico ou de ensino, liberando o homeschooling ou unschooling. Defenda uma “Escola sem Estado”.