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Defender o livre mercado é defender o que nos torna humanos

A maldade da nossa espécie é um ente que vem sendo estudado há muito tempo. Como um fantasma que assola a cabeça dos cientistas sociais pela sua difícil investigação, normalmente se procura a segurança de autores já consagrados como Maquiavel e Hobbes para tratar do assunto. Assim, fica mais fácil versar sobre algo tão complicado e importante que se relaciona com outros temas tão bem estudados como moral e ética.

Ainda que muitas vezes não consigamos reconhecer que a maldade existe em nós, ela existe. E não é por sua baixa representatividade em nossa personalidade que ela deixa de existir ou deixa de ser algo natural do ser humano.

Há inúmeros outros processos que ocorrem diariamente e, devido a naturalidade deles, tendemos a deixá-los de lado. Alguns desses processos são os processos de mercado. Isso pode ser constatado quando, mesmo que a passagem do ônibus suba acima da inflação e isso cause transtorno aos estudantes, eles continuam utilizando o transporte público.

“Ah, mas é porque não tem opção”. A regulação estatal estrangulou e continua a estrangular as alternativas (Uber, por exemplo), mas, ainda assim, pode-se realizar o raciocínio: “por que não ir a pé ao invés de utilizar o ônibus?”

“Ah, é muito cansativo ou leva muito tempo, e nesse tempo eu posso fazer outra coisa…” Tão natural quanto a luz do sol, o indivíduo incorre num raciocínio de custo de oportunidade. Algo similar acontece quando se opta por comprar no atacado ao avaliar a data de validade do produto, num raciocínio de alocação de recursos. Não há desconstrução social, revolução cultural ou aparelhamento ideológico que desfaça a naturalidade da escolha do indivíduo.

Isso ocorre mesmo que o indivíduo possua pouca instrução, não saiba se a inflação irá ou não corroer sua poupança ou como os juros influenciam sua vida. O indivíduo vislumbra tão somente seu bem-estar, mesmo que esteja agindo voluntariamente em prol de outras pessoas: no fundo, há um sentimento de empatia que aumenta o bem-estar de quem age visando ajudar o próximo.

O mercado é parte inerente da humanidade enquanto estrutura de relacionamento e está intrínseco nos indivíduos que formam o mercado, haja vista as diversas decisões individuais tomadas de forma quase instantânea ao longo do dia visando o bem-estar pessoal.

Renegar o mercado é abrir espaço à bestialização dos indivíduos. Exemplos não faltam. Por maior que sejam as planificações estatais, sempre existe o câmbio paralelo e contrabando de alimentos, vide a Venezuela. Mesmo que os processos do mercado sejam diminuídos por meio da força estatal, nunca deixam de existir. E ainda que deixassem, isso ocorreria por meio da força e contra a vontade daqueles que compõem o próprio mercado.

O mercado é um processo voluntário. Ele melhora a condição dos indivíduos que atuam no mercado não por forçar a participação deles, mas pela busca natural individual por saciar os próprios desejos. Até mesmo as pessoas com pensamento anti-mercado muitas vezes ocupam posições que permitem que emitam seus pensamentos graças ao mercado.

Defender o livre mercado não se restringe a mostrar seus benefícios, seu funcionamento ou os malefícios de sua escassez. É, antes de tudo, defender a natureza humana.

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