Eduardo Cunha indicou Fábio Cleto para uma diretoria na Caixa Econômica Federal. Fábio cuidava das loterias, do Fundo de Investimento do FGTS e era intermediário de Cunha na liberação de 31,9 bilhões, até 2014, para empresas como OAS e Estre Ambiental (do banco BTG).
Segundo a família Pernambuco, da Carioca Engenharia, Cunha recebeu R$ 52 milhões em 36 prestações para liberar “financiamentos”, feitos com dinheiro de quem permanece empregado e não faz parte da estatística dos 12 milhões. 40% dos trabalhadores, que são informais, também não foram obrigados pagar o FGTS e ter seu dinheiro desviado para contas na Suíça e Israel do deputado cassado.
As empreiteiras investigadas na operação Lava-Jato, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão, contribuíram com o total de R$ 64.636.179,25 para a campanha da Dilma em 2014. E foi a ex-presidente quem deu o aval para a contratação de Fábio Cleto. Cunha além de indicar diretores para a Petrobrás, interferia em licitações para favorecer determinadas empresas, em um esquema semelhante ao da Caixa Econômica, segundo o ex-gerente-geral da área Internacional da Petrobras Eduardo Vaz Costa Musa. As indicações de Cunha para a Petrobrás, também tinham o aval da então presidente Dilma Rousseff.
Mas Cunha não foi cassado por causa dos desvios de dinheiro de milhões de trabalhadores, a cassação foi motivada por quebra do decoro parlamentar. O deputado foi acusado de mentir à CPI da Petrobras ao negar, durante depoimento em março de 2015, ser titular de contas no exterior e por isso foi afastado pelo STF. Até o ex-ministro, Joaquim Barbosa, chamou a decisão do judiciário de “corajosa e extraordinária”, por não estar claramente definida nas regras democráticas.
A cada episódio deste seriado circense que acompanhamos, os responsáveis pelas regulações políticas e econômicas do país seguem desenvolvendo uma trama intricada, onde o que é universalmente considerado crime é ignorado para que prevaleça a disputa política no domínio das posições mais privilegiadas da estrutura. Ainda não há o que comemorar enquanto o brasileiro, com renda média de R$ 1.113, paga caro para ter o papel do palhaço.