Alunos da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) entraram em greve recentemente devido à diminuição dos recursos para a universidade durante esse período de crise. Eles alegam que o baixo orçamento é o principal responsável pelo sucateamento da instituição e falta de professores. Mas será que é verdade?
Em 2006, o orçamento da UNESP era de R$ 960 milhões e hoje, dez anos depois, o orçamento é de R$ 2,7 bilhões, um crescimento de 184%, bem acima da inflação acumulada no período. Mas por qual razão ainda falta recursos? A explicação é muito simples: assim como qualquer estatal no Brasil, os funcionários públicos parasitam a instituição e elevam os custos. O orçamento da Unesp em 2006, por exemplo, gastava 72,4% com funcionários e hoje gasta 87,5%. Ao longo de dez anos, o custo com funcionários cresceu 240%.
Parte dos gastos com funcionários também não implicam em melhoria na qualidade do ensino. Quase 35% dos gastos com funcionários técnico-administrativos são com servidores inativos. Além disso, os valores pagos aos servidores públicos são, em média, muito superiores aos valores de mercado.
Para piorar, muitos dos alunos, principais prejudicados pelo assalto aos cofres da universidade, são os primeiros a apoiar greves por aumento salarial e contra qualquer tipo de terceirização das atividades na universidade, o que ajudaria a reduzir custos. A Unesp sofre frequentemente com greves que reivindicam reajustes dos salários dos servidores e, mesmo com salários acima do mercado, tais reajustes seguem sendo feitos, sempre superiores à inflação.
Quanto tempo levará para que os alunos da Unesp acordem e percebam que o problema na instituição nunca foi falta de verba, mas sim a má gestão direcionada pelos servidores públicos? Quando irão perceber que não apenas Petrobras e Correios são ineficientes, mas qualquer instituição pública? Todas elas tendem ao sucateamento por conta dos próprios diretores e funcionários que parasitam essas instituições. Aumento de verbas nunca resultou em mais investimentos, o orçamento atual, por exemplo, destina 0% para esse fim. Colocar mais dinheiro na Universidade só vai dar continuidade a um modelo fracassado que sempre beneficia os funcionários e prejudica os alunos.