Ocorreu ontem (18), em São Paulo, mais uma manifestação em defesa do “Passe Livre”. Reunindo apenas 200 pessoas e parando o fluxo de carros e ônibus de duas das principais vias da cidade – Avenida Paulista e Nove de Julho – por horas, o movimento conseguiu apenas revoltar passageiros de ônibus – que tiveram que caminhar por quilômetros até o Terminal Bandeira – e ter “militantes” levando borrachadas dos seguranças do Metrô após metade de seus integrantes entrarem na estação Sé ilegalmente, sem pagar (tudo devidamente vitimizado por arruaceiros e pela imprensa). Mas não é isso o que a mídia mostrou sobre o acontecimento.
Todos os principais sites da mídia brasileira – Veja, Estadão, IstoÉ, Globo, Folha e Terra – cobriram o pequeno evento, fora as mídias da esquerda – havia pelo menos 14 repórteres no evento. Nenhum deles se preocupou em contar o número de manifestantes, algo bastante fácil dada a pouca quantidade de presentes. Pelo contrário, o site da “golpista” Rede Globo divulgou uma daquelas tradicionais fotos fechadas, levando o leitor a crer que o ato se encontrava lotado, o que é facilmente desmentido. No Terra, uma foto tirada de baixo para cima tenta mostrar algo “grandioso” sobre a fraca manifestação. Na Folha, então, uma foto aberta foi cortada para aparentar um maior número de pessoas, numa clara (e ridícula) manipulação (comparação abaixo).
![Um ato de 200 pessoas + 10% só de mídias](https://i0.wp.com/www.ilisp.org/wp-content/uploads/2017/07/midia-passe-livre.png?resize=800%2C395)
Absolutamente nenhuma matéria na “grande mídia” questiona um movimento que sai às ruas para defender que estudantes possam se locomover o dia inteiro pela cidade às custas dos pagadores de impostos. Numa manifestação desencadeada por um corte que sequer acaba com o “Passe Livre” – João Doria apenas reduziu a mamata de 8 viagens “gratuitas” em 24 horas para 8 viagens em 4 horas, sendo 2 horas na ida e 2 horas na volta, como todos os trabalhadores pagantes o fazem por meio do Bilhete Único – não houve contestação sobre a origem dos recursos que financiam a mordomia estudantil.
Se depender de nossa imprensa “imparcial”, ficaremos sempre com as fotos cuidadosamente cortadas para aparentar um número maior da manifestantes, as matérias que mencionam ou não a quantidade de presentes de acordo com a conveniência editorial e as “notícias” que enfatizam a ação de forças de segurança e não o vandalismo feito pelos “manifestantes”. Ainda bem que hoje temos as mídias sociais e a imprensa realmente independente para desmascarar a manipulação diária, a favor das pautas de esquerda, da mídia brasileira.
![Manipulação da mídia: note como a Folha cortou a parte superior da foto, onde está a corrente policial e a rua vazia, para aparentar que há um maior número de pessoas](https://i0.wp.com/www.ilisp.org/wp-content/uploads/2017/07/post-ilisp.jpg?resize=800%2C1113)