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A matemática explica: é impossível existir universidade “pública, gratuita e para todos”

Em um vídeo publicado recentemente pelo ILISP, uma estudante de Letras da USP defendia a universidade estatal de “qualidade para todos” e dizia ser “contra os privilégios”. Entretanto, é justamente a defesa do ensino superior “público e de qualidade” que garante benefícios aos mais ricos. A maior parte dos estudantes da maior universidade brasileira é composta por quem poderia pagar pelo ensino, ou seja, privilegiados.

A USP irá abocanhar R$ 5,2 bilhões dos bolsos dos paulistas em 2016. É o maior orçamento universitário da América Latina. A ineficiência administrativa da intuição estatal obriga a constante requisição de mais verbas para manter a qualidade do ensino. E mesmo assim, a verba é sempre mal aplicada. Mais de 100% do orçamento da universidade é gasto com funcionários, ou seja, não há dinheiro sequer para melhorar a infraestrutura precária.

Dividindo este montante bilionário por cada aluno, temos um custo mensal de R$5 mil por estudante. Já imaginou um curso privado de Letras ou História custar tudo isso? Apesar de ser uma média, a comparação entre cursos de humanas ainda pode ser útil porque o valor não inclui custos de infraestrutura que encarecem alguns cursos na área biológica ou de exatas. Por exemplo: Marilena Chauí, a filósofa que odeia a classe média, recebe R$ 23.508,00 por mês para dar aulas na FFLCH e ainda há professores que recebem até R$ 60 mil por mês. São os próprios funcionários que parasitam a universidade e a transformam na universidade com os cursos mais caros da América Latina.

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Em média, 5% dos que prestam vestibular conseguem vagas em universidades estatais. Se considerarmos o total de estudantes que terminam o Ensino Médio, esse número cai para 2%. E se considerarmos a população total no estado, este número é bem inferior a 1%. Ou seja, para que houvesse uma USP “pública, gratuita e para todos”, o Estado de São Paulo teria que gastar R$ 500 bilhões por ano apenas com universidades, 341% do Orçamento de 2016 aprovado pela Assembleia de São Paulo. Para colocar esta ideia em prática, os paulistas teriam que pagar 2,5 vezes mais impostos e ainda ficariam sem investimentos em  infraestrutura, saúde, segurança, ensino básico, saneamento, entre outros. Tudo isso em nome da ideia da universidade “pública, gratuita e para todos”.

Como a universidade “para todos” é matematicamente impossível, a universidade limita o número de alunos que pode custear por meio do vestibular. E aí surgem os privilégios. Aqueles com maior poder aquisitivo investem em educação privada de qualidade para ingressar nas universidades estatais e a universidade, no final, se torna um privilégio. Não é à toa que metade dos calouros da USP estão entre os 20% mais ricos do Brasil.

O Brasil é um dos países que mais investe em ensino superior do mundo. Enquanto os miseráveis utilizam as escolas de ensino fundamental e médio estatais com baixo orçamento, aqueles com maior poder aquisitivo estudam em escolas privadas e têm mais chances de se beneficiar do dinheiro dos pagadores de impostos que financia o ensino superior. Ou seja, defender o ensino “público, gratuito e de qualidade” é defender a desigualdade no ensino brasileiro.

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A luta por ensino superior “gratuito” cria consequências amargas aos mais pobres. Para cada centavo de dinheiro dos pagadores de impostos investido no ensino superior, um centavo a menos deixa de ser destinado ao ensino de base dos mais pobres. O privilégio de instituições estatais financiadas por milhões de pobres para ensinar os mais ricos precisa acabar. As universidades estatais têm que ser privatizadas, e pra ontem.

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