A cada Dia Internacional das Mulheres, as feministas engrossam o tom dos faniquitos e a mídia exalta a mulher como uma criatura incapaz de se defender, o que torna ainda mais pertinente olhar para um caso ocorrido no Egito.
No ano de 2012, estreou no Brasil o filme Cairo 678, que mostra a realidade do assédio sexual no Egito. Baseado em fatos reais, o filme relata os dramas em comum de três mulheres de níveis socioeconômicos diferentes. As três são assediadas na rua e no trabalho. As três são humilhadas até mesmo na família por maridos e parentes. As três vivem com medo até de manifestar o medo.
Depois de sofrer um estupro coletivo num estádio de futebol, uma delas, a mais rica, resolve engajar-se na causa antiviolência contra a mulher. Tenta os caminhos políticos e burocráticos. Em vão. Outra decide criar um grupo de ajuda que não consegue fazer nada além de reuniões.
Fayza, a personagem mais pobre e menos articulada, decide resolver o problema esfaqueando os homens que nela se esfregam nos ônibus. Sem olhar para trás, ela apenas cravava a lâmina na região genital do agressor e descia do ônibus em meio a confusão que se seguia por causa dos gritos de dor.
Moral da história: enquanto algumas mulheres tentavam mudar a cultura do assédio sexual por meio da sensibilização pública, colhendo nada mais do que piadas, Faysa reagiu às agressões, obtendo resultados muito além do que ela mesma esperava.
Seus atos ganharam as manchetes dos jornais, o que motivou muitas outras mulheres a fazer o mesmo. O próprio marido de Faysa certo dia chegou em casa esfaqueado por uma mulher que ele havia molestado. As reações se multiplicaram de tal maneira que os assédios nos ônibus pararam. Imaginar que uma mulher poderia reagir fez com que os homens parassem de agir daquela maneira.
A mulher que inspirou a personagem Faysa não acabou com o assédio e com o estupro no Egito, mas comprovou que apenas reações práticas geram resultados reais.
O Brasil está muito distante da realidade egípcia, mas ainda é um país com alto índice de assédio e de crimes sexuais, porém, é necessário contextualizar os casos. Há assédio: o olhar maldoso, a cantada, a piadinha sem graça. Mas não há uma “cultura do estupro”: ninguém aceita o crime e mesmo criminosos o repudiam. Estupradores são torturados e mortos nas cadeias. Estupros são cometidos por uma ínfima parcela da população que sabe que a sociedade não aceita esse tipo de crime.
Entretanto, quando governo e mídia se unem para defender a ideia de que as crianças não devem revidar as agressões que sofrem, que pessoas não devem reagir a assaltos e que um cidadão não pode ter uma arma para defender sua família, seu negócio e sua própria vida, não deveria causar surpresa o fato de que algumas pessoas se sintam confortáveis para agredir, roubar, matar e estuprar outras pessoas.
Soma-se à cultura da passividade a cultura da impunidade que é sistematicamente defendida pela esquerda.
Ao cobrar que o estado não trate com rigor os “menores de idade” que roubam e matam, há um estímulo para que adolescentes roubem e matem. Ao estimular o aborto, estimula-se o sexo irresponsável. Ao estimular o sexo irresponsável, estimula-se o estupro.
Enquanto a esquerda tenta aprovar leis que oferecem todo tipo de amparo aos criminosos, liberais e conservadores defendem leis que punam com rigor os criminosos. Enquanto a esquerda luta contra agressões sexuais levantando cartazes, liberais e conservadores dizem que as mulheres devem reagir contra aqueles que lhes agridem.
A esquerda prega que o pobre é incapaz de cuidar de sua vida e que a mulher é incapaz de se defender. A esquerda prega uma sociedade de coitadinhos e coitadinhas. É o meu corpo, regras dos políticos.
A violência contra a mulher só acabará quando a cultura da passividade for substituída pela cultura da autodefesa, com as mulheres sendo ensinadas desde cedo a reagir às agressões. Seja com pais dando às filhas cursos de artes marciais ou armas para que se defendam de agressores. Com uma mentalidade clara: don’t tread on me.