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O que a campanha “todEs” da Avon pode ensinar sobre capitalismo e inclusão

No dia 28 de junho de 2016, dia do orgulho LGBT, a multinacional Avon lançou em solo brasileiro uma campanha intitulada “todEs”, onde diversas pessoas, mulheres e homens usando maquiagem, aparecem dançando e se divertindo.

O primeiro vídeo publicitário, publicado no YouTube em 20 de junho, está com mais de 3 milhões de visualizações. O segundo vídeo, divulgado no Facebook, está batendo a casa das 4 milhões de visualizações, gerando uma imensa repercussão na mídia social.

A campanha, que claramente tem como objetivo promover produtos à comunidade LGBT, buscando a inclusão e prestando apoio à causa, recebeu inúmeras críticas. Por outro lado, recebeu de forma igualmente intensa, apoio de quem quer, na verdade, o extermínio da companhia. O contraditório aparentemente sem sentido fica claro quando analisamos a situação com um pouco mais de cautela.

A Avon é o retrato típico do capitalismo, da integração proporcionada pelo mercado. A companhia é uma multinacional americana presente em mais de 100 países. Seus produtos de moda e para casa são fabricados por unidades industriais, próprias ou terceirizadas, em 39 países diferentes dos 5 continentes. Em todo o mundo, a Avon possui mais de 6 milhões de vendedores autônomos sendo a principal fonte de receita para muitas famílias.

Dificilmente uma empresa do porte da Avon se arriscaria a perder clientes. Percebendo a crescente demanda do público LGBT e simpatizantes por mais inclusão e destaque, resolveu tentar se comunicar melhor com este perfil de consumidor e realizou esta campanha. Não foi necessário criar leis, cotas nem nenhum recurso estatal para divulgar a causa. Como em diversos casos, bastou que a iniciativa privada se dedicasse a fazer o que sabe fazer de melhor: criar soluções, atender demandas, prospectar mais clientes e fidelizar os existentes.

Dizendo o óbvio, uma empresa privada utilizou recursos próprios para fazer uma campanha publicitária visando obter bons resultados financeiros com sua veiculação. Mesmo com uma análise simplista, é possível concluir que foi a estrutura de mercado que possibilitou que tal campanha chegasse a ser veiculada. Está claro que o capitalismo ajuda a promover a inclusão e não o contrário. E esta é um fato que dá dores de cabeça em muitas pessoas que temem a liberdade, à esquerda e à direita.

Primeiramente, se tais ações só encontram solo fértil para prosperar em um ambiente de livre iniciativa, caem por terra os argumentos que acusam o capitalismo de ser excludente e, consequentemente, de que o socialismo, como modelo de regulação com propostas opostas, inclusivo.

Isso acontece porque quando pessoas não são livres para empreender, errar, comprar ou falar, elas simplesmente não são livres. Um estado máximo é sinônimo de prisão máxima e, por mais que muitos ativistas LGBT condenem o capitalismo e a liberdade que ele representa, é somente em regimes que privilegiam a liberdade econômica que todos têm a possibilidade de gozar da liberdade de expressão que tanto admiraram na propaganda da Avon.

Comentários intolerantes à parte, a beleza do livre mercado está exatamente em buscar aquilo que melhor atende às suas necessidades individuais. Ou seja, você está no seu direito de considerar ofensiva a campanha da Avon e também está no seu direito de comprar os produtos que deseja no concorrente, abandonando a marca cuja publicidade lhe incomoda.

É importante pensar com cautela e analisar que, por mais que alguns acreditem que deve haver algum tipo de regulação estatal para proibir publicidade “indesejada”, a restrição que se deseja da livre manifestação e consumo do outro pode se voltar contra a você, inclusive proibindo o discurso que você valoriza. E isto nada mais é do que censura.

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