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13 vezes em que petistas mostraram que o impeachment de Dilma não foi “golpe”

A paixão ideológica faz com que os eleitores mais à esquerda moldem suas opiniões a partir do que seus políticos de estimação dizem na TV ou publicam nas redes sociais. A realidade é outra. Há – e sempre houve – um abismo entre o que é dito para imprensa e o que é feito nos corredores e gabinetes do congresso. As críticas, as acusações e as denúncias diante das câmaras não se encaixam no cotidiano de acordos desavergonhados.

As eleições para as presidências da Câmara e do Senado, ocorridas essa semana, incluíram mais alguns fatos na lista que começou já na sessão do impeachment, quando um acordo envolvendo todos os partidos sacrificou o mandato da petista, mas preservou seus direitos e regalias como ex-presidente, evitando que fosse punida pelo crime de fraude fiscal que cometeu, mas premiada pelos serviços prestados à organização criminosa comandada por Lula.

A sistemática repetição do discurso do “golpe” faz parte do show da esquerda. É a velha estratégia de construção de uma narrativa vitimista que ecoa entre a população e especialmente entre seus militantes, mas não na política. As relações entre os políticos se dão noutra frequência.

Dizem que não há amigos em Brasília. Acrescento: também não há inimigos.

Lembrando que os petistas dizem que o impeachment foi um “golpe” orquestrado por um conluio do PMDB com o PSDB, vamos aos fatos:

1 – O fatiamento da votação final do processo de impeachment no senado e a preservação dos direitos políticos de Dilma foram articulados por lideranças do PT e do PMDB sob orientação de um advogado ligado ao PSDB (leia aqui, aqui, aqui e aqui).

2 – Segundo o TSE, o PT formou alianças com os partidos “golpistas” (PMDB e PSDB) em 1683 municípios nas eleições de 2016 (leia aqui e aqui).

3 – O PC do B, o mais aguerrido aliado do PT na campanha contra o “golpe”, aliou-se ao “golpista” PSC (de Jair Bolsonaro e Marco Feliciano) no Maranhão (leia aqui).

4 – Para a prefeitura de São Paulo o PT escolheu como vice, na chapa de Haddad, o “menino de Temer” – como Gabriel Chalita é conhecido no meio político – dada a proximidade com o presidente “golpista” (leia aqui).

5 – Logo depois do “golpe”, os assessores de Dilma ganharam empregos no mesmo Senado que finalizou o processo de impeachment. Entre os agraciados estão Gilberto Carvalho e José Eduardo Cardozo, dois ex-ministros da Justiça de Dilma (leia aqui).

6 – Se Michel Temer exonerou alguns petistas da direção de estatais, tratou de colocar petistas na diretoria de empresas subsidiárias ou empresas que têm participação do governo. Alguns casos: Raul Moreira foi para a Alelo; Paulo Ricci foi para a BB DTVM; Júlio Cezar foi nomeado presidente da empresa Cateno; Dan Conrado foi colocado no Conselho da Vale; Aldemir Bendine, ex-presidente do BB que se aposentou aos 50 anos de idade, ganhou uma cadeira no Conselho da BRFoods com um salário de R$ 50 mil por mês (leia aqui e aqui).

7 – Dilma anunciou que escreverá um livro de memórias. A assessora de Ricardo Levandowski irá assinar a introdução e Renan Calheiros irá assinar apresentação. Ou seja: uma presidente que se diz “golpeada” convidou para apresentar seu livro as pessoas que homologaram o “golpe” (leia aqui).

8 – Guilherme Boulos, líder do grupo terrorista MTST ligado ao PT, foi agraciado com a Medalha do Mérito Legislativo de 2016, honraria conferida pelo parlamento que ele acusa ser “golpista” (leia aqui).

9 – Michel Temer nomeou Nísia Trindade, mais uma petista “contra o golpe”, como presidente da Fiocruz (leia aqui).

10 – Duas semanas depois de assumir a prefeitura de Araraquara, o ex-ministro petista Edinho Silva se encontrou com o presidente “golpista” para acertar a liberação de verbas (leia aqui).

11 – Na eleição para a presidência do senado, o PT sequer cogitou lançar um candidato próprio. Preferiu apoiar Eunício de Oliveira, que votou a favor do impeachment, apoia o governo Temer e é investigado na Lava Jato (leia aqui, aqui e aqui).

12 – Na eleição para a presidência da Câmara, os deputados da linha auxiliar petista tinham como opções candidatos do PDT e do PSOL, mas uma semana antes da eleição o PC do B já anunciava o voto no “golpista” Rodrigo Maia (DEM) (leia aqui).

13 – O PT também ignorou os colegas socialistas e, seguindo orientação de Lula, juntou-se ao PSDB e ao PMDB para votar em Maia, maior aliado de Michel Temer no Congresso (leia aqui).

Os petistas deveriam fazer um favor a si mesmos: parar de ser ridículos. Enquanto gritam “golpe”, até os políticos e burocratas petistas estão rindo de vocês.

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