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Com enredo “Com ou sem dinheiro, eu brinco”, Mangueira terá até R$ 7,2 milhões via Lei Rouanet

A Estação Primeira de Mangueira anunciou na última quinta (6) que o tema do enredo da escola de samba para o Carnaval de 2018 será “Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco!”, em referência à decisão do prefeito do Rio da Janeiro, Marcelo Crivella, que reduziu aos valores de 2015 a verba destinada às escolas de samba do grupo especial, quando cada agremiação recebeu R$ 1 milhão da prefeitura.

De acordo com o carnavalesco da Mangueira, Leandro Vieira, o “enredo nasce da atual situação em que se encontram as escolas de samba e os desfiles da escola de samba”, na medida em que o “corte da subvenção em 50 por cento (…) tenta demonizar os desfiles”. O carnavalesco também criticou o “comercialismo exacerbado” e a “visão comercial predadora” do Carnaval.

Uma consulta feita pelo ILISP aos registros de projetos aprovados para obter o dinheiro dos pagadores de impostos por meio da Lei Rouanet mostra, entretanto, que o desfile de Carnaval da Mangueira não será “sem dinheiro” em 2018, muito pelo contrário: o governo federal autorizou, no último dia 08 de junho, que a Mangueira capte até R$ 7.269.810,00 por meio da Lei Rouanet.

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De acordo com o projeto aprovado, o valor será destinado à “realização de ensaios técnicos e desfile no Grupo Especial da escola de samba Estação Primeiro de Mangueira, no Sambódromo da cidade do Rio de Janeiro, durante o Carnaval” com o enredo “O Legado do Artista Hélio Oiticica”, informação que não condiz com a divulgada pelo carnavalesco da organização.

Essa não é a primeira vez  que a Mangueira faz o seu desfile de Carnaval com dinheiro obtido por meio da Lei Rouanet: em 2017, a escola teve R$ 2,3 milhões aprovados e captou R$ 1,05 milhão dos impostos recolhidos dos consumidores pela Arosuco Aromas e Sucos S.A, de Manaus (AM), fornecedora de concentrados de refrigerantes para a Ambev.

A Lei Rouanet é uma lei de “incentivo à cultura” onde empresas privadas podem abater parte dos impostos recolhidos em seus produtos e serviços para patrocinar “projetos artísticos” escolhidos a dedo pelo governo. Na medida em que, na prática, o valor foi pago pelos consumidores dessas empresas, a verba para este e outros projetos vem do bolso de milhões de pagadores de impostos brasileiros.

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