Em fevereiro de 2014, uma revolução na Ucrânia fez o presidente Yanukovych, que era aliado da Rússia, ser destituído do poder pelo parlamento. O movimento começou com a tentativa de Yanukovych de colocar a Ucrânia no bloco econômico da Rússia. Os ucranianos, que não se esqueceram do holodomor, período de grande fome na Ucrânia provocado pelos comunistas de Moscou, saíram às ruas em defesa da autonomia do país e pela inclusão da Ucrânia no bloco da União Europeia.
Após esse evento, vários conflitos aconteceram na região, como a invasão da Criméia pela Rússia e o início de movimentos separatistas na região leste do país. Esses conflitos, seguido de queda no preço das commodities no mercado internacional, levaram o país para quase dois anos de recessão.
A Ucrânia tinha tudo para ter um longo período de recessão, e, em teoria, levaria mais tempo para crescer do que a Venezuela – que começou o período de queda na produção juntamente com a Ucrânia, em 2014, e não sofreu com nenhuma mudança no poder executivo. Muitos críticos diziam que a saída de um presidente poderia levar uma crise de desconfiança e demoraria mais tempo para a economia voltar a crescer.
Mas a Ucrânia tem provado o contrário, a queda do presidente comunista, aliado de Putin, trouxe também confiança aos empresários que voltaram a investir. Segundo o Banco Mundial, a economia ucraniana vai crescer 1% em 2016 e pode crescer 2% em 2017, ou seja, está gradualmente em recuperação. Em contrapartida, a economia da Venezuela vai encolher 8% em 2017 e ainda continuar em queda nos anos seguintes.
A revolução ucraniana é a maior prova de que os conflitos pós-queda de presidente comunista são menos piores do que as consequências de mantê-lo no poder. Isso pode servir de exemplo para o Brasil e Venezuela, que ainda mantêm o poder executivo nas mãos de governantes que desrespeitam a vontade popular.