A crise brasileira criou um rombo enorme nas contas públicas e zerou o caixa do governo, que hoje recorre ao endividamento, emissão de novos títulos públicos, para cobrir os gastos públicos. Dessa forma, o novo governo Temer enfrenta um cenário bastante complicado para equilibrar as contas do estado, o que pode levar ao aumento de impostos ou, até mesmo, cortes drásticos nos gastos públicos.
A outra solução menos amarga para equilibrar a situação caótica sem elevar impostos seria vender ativos do governo. E é exatamente isso que essa nova gestão pretende fazer. O presidente interino, Michel Temer, já começa a se preparar para vender participações da União em estatais e em várias empresas privadas.
Temer trabalha com uma lista na qual se destacam, entre outros, a abertura de capital dos Correios e da Casa da Moeda e a venda de fatias do governo federal em até 230 empresas do setor elétrico, sendo 179 Sociedades de Propósito Específico (SPEs) nas mãos da Eletrobras. São dezenas de empreendimentos nas áreas de geração, distribuição e transmissão de energia e em parques eólicos. Também fazem parte do rol de ativos a Infraero, as companhias Docas, a Caixa Seguros e o IRB Brasil. Estes dois últimos tiveram a ofertas públicas de ações suspensas, devido à piora nas condições do mercado.
Resta agora saber essas medidas vão ser suficientes para não voltar com a CPMF. E mesmo se não forem, a CPFM deveria ser a última opção. Ainda há muitas opções de corte de gastos e ainda há estatais que precisam ser completamente privatizadas, como a Petrobras.