Uma mensagem de áudio compartilhada em grupos de Whatsapp usado por taxistas ameaça incendiar qualquer carro preto. “Vamos pra cima e botar fogo, lutar pelos nossos ideais. Se não lutarmos, vamos perder espaço”, diz. “A gente tem que se reunir e botar fogo em cada carro preto na rua. F* se for Uber ou não. A minoria quer ir pra cima. Pra mim, colocava fogo agora. É pegar em qualquer um”, responde outro.
Um motorista que atende pelo aplicativo, e que prefere não se identificar, recebeu os áudios pelo celular e, conta, ficou com medo de ir trabalhar.
— O pessoal está feliz com essa liminar, mas recebemos ameaças de taxistas nesta noite e estamos nos precavendo, ainda mais na madrugada. Temos medo de que isso possa piorar — afirmou ao GLOBO.
A prefeitura disse que não vai se posicionar a respeito. Nesta terça-feira, em nota, a assessoria de imprensa do órgão disse que a decisão da justiça “fortalece o debate proposto pela prefeitura há 30 dias”.
O Uber também não se pronunciou sobre as ameaças. Em sua rede social, a empresa celebrou a decisão, dizendo que ela “reafirma a liberdade constitucional de empreendedorismo privado e proíbe que as autoridades fiscalizatórias atuem para barrar os serviços prestados pelos motoristas parceiros da Uber”.
Ao GLOBO, o presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo, Natalício Bezerra Silva, disse que recebeu com tristeza a notícia, mas garantiu que não haverá violência entre motoristas que atendem ambos os serviços:
— É triste ver uma organização clandestina se instalar sem dar satisfação a ninguém. Vamos entrar na justiça para reivindicar o direito de quem trabalha na legalidade. Mas da nossa parte, tenham certeza de que não vai ter violência.