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Opinião: a péssima administração Obama e o culto ao político “carismático”

Hans Sennholz, economista e professor, produziu uma excelente reflexão a partir da chamada “ciência do caos”. A teoria do caos dá relevância para experiências simples que descartamos. Elas podem ser desordenadas e aleatórias à primeira vista, mas para este método de estudo, a complexidade tende a revelar padrões profundos de regularidade.

Para tentar identificar a dinâmica pela qual os sistemas se organizam autonomamente, utiliza-se os chamados “atratores”. Tendo o complexo sistema social como exemplo, entende-se que um leilão de bens antigos pode ser visto como um atrator para colecionadores de antiguidades; hospitais como atratores para doenças e restaurantes atratores para pessoas com fome, portando dinheiro ou não. Na economia de mercado, o sistema de preços é um atrator para produtores, compradores e vendedores que desejam, voluntariamente, trocar suas propriedades e auferir riqueza.

O estado, de maneira direta, realista e verdadeira, pode ser definido como “um sistema que usufrui um monopólio legal do uso da violência e das decisões jurídicas supremas dentro de um dado território”. E apesar de todas as propagandas institucionais e da doutrina do sistema de ensino controlado pelo governo, no sistema político as pessoas são compelidas — por meio da violência e da ameaça de violência — a fazer aquilo que elas voluntariamente não fariam ou são obrigadas a deixar de fazer aquilo que gostariam.

Que tipo de indivíduo se sente atraído por carreiras que lhe dão o poder arbitrário de obrigar terceiros a seguir ordens, em um trabalho cuja premissa é a imposição da obediência? Seriam apenas pessoas incapazes ou insatisfeitas em adquirir riquezas por meios econômicos, pelas relações de oferta de valor e acordos de ganho mútuo?

O indivíduo que está preparado para aprovar ou iniciar um ato de punição por meio de um decreto ou regulamentação força a obediência e não é diferente da figura do policial valentão, integrante de uma equipe que sente prazer em invadir residências, confiscar bens e torturar pessoas. A mentalidade é a mesma. Não interessa se um utiliza a caneta e o outro a força física. Os métodos são diferentes, mas a mentalidade autoritária que os estimula é a mesma. Há um apetite pelo poder absoluto sobre terceiros que guia estas pessoas.

É óbvio que ninguém sozinho consegue ir muito longe apenas com a sanha autoritária. Os sociopatas presentes nos meios políticos dependem de outros, motivados pela mesma sede de controle, por dinheiro ou benefícios e privilégios, além de pessoas que, por alguma motivação que leva à obediência (seja culpa, necessidade afetiva ou, sobretudo, questões de ordem psicológica), assumem e propagam massivamente um tipo de devoção ao algoz que já foi conhecida como síndrome de Estocolmo e hoje talvez se chame “síndrome de Suécia”.

Veja o caso da comoção popular, mesmo no Brasil, com a figura do Obama. Muita gente que não se ateve aos fatos e legado da gestão do advogado simplesmente declara gostar do quase ex-presidente dos EUA que chora, canta, se declara para a esposa, dança e almoça em bandejão. Em seu discurso de despedida, ao defender a paz, a democracia e a força da lei, muitos ignoraram que o ganhador do “Prêmio Nobel da Paz em 2009” bombardeou a Líbia imediatamente após a falha dos órgãos de inteligência dos EUA com seus próprios diplomatas, que culminou na morte de dezenas de civis. Além da Líbia, em seus dois mandatos, Obama atacou outros seis países, ininterruptamente. Apenas o Paquistão sofreu mais de 340 ataques com drones.

Para não fugir à regra da grande potência, o presidente Obama também interferiu na política internacional, principalmente na Síria, onde desde 2012 há o alerta de financiamento de rebeldes (ou terroristas, dependendo da sinceridade do analista) com o apoio do Catar, Arábia Saudita, Turquia e França. Fato confirmado em 2015 com o registro do envio de munições por via aérea.

A pretensão de “polícia do mundo” na administração Obama avançou (ou revelou fatos) em escândalos envolvendo ações da Agência de Segurança Nacional (NSA) para o escrutínio massivo de políticos ao redor do mundo e principalmente adversários políticos do Partido Democrata como o professor e ativista Dinesh D’Souza, que passou um período preso, sem apelação, pela extrapolação de uma doação partidária em US$ 10 mil. Houve também o registro de e-mails e ligações telefônicas de jornalistas do canal Fox News que foram “investigados” a pedido do Departamento de Justiça, no melhor estilo latino-americano.

O governo Obama, apesar de toda a propaganda “progressista” de tolerância, deportou 2,7 milhões de imigrantes entre 2009 a 2015, de acordo com o Departamento de Segurança Nacional. Em oito anos, o número de deportações foi maior do que o ocorrido em toda a história do país. Como presente para o governo de Cuba e para desespero do massacrado povo cubano, a uma semana de terminar seu mandato, Obama revogou a lei que sustentava a política de “pés secos e pés molhados”. Estabelecida em 1966 e com ajustes em 1995, esta lei garantia aos imigrantes provenientes da ilha-prisão um visto de permanência nos EUA e contribuiu muito à próspera comunidade de origem cubana no país, como ocorre em estados como a Flórida.

Há ainda os escândalos internos com o Serviço Secreto envolvendo a diretora indicada por Obama; o fiasco do “SUS americano”, que além de aumentar os custos dos serviços médicos do país tem escândalos como o website de US$ 2 bilhões (!) para o “Obamacare”, que nunca funcionou; a promoção da boa vida aos doadores de campanha que mais angariaram fundos para a eleição e reeleição e se tornaram embaixadores, sem qualquer preparo ou experiência; o aumento de tensões raciais, onde o próprio Obama é apoiador de entidades segregacionistas como a Black Lives Matter; a doação de US$ 500 milhões de dinheiro recolhido via impostos do povo norte-americano para a entidade abortista Planned Parenthood e outros episódios.

Faça uma breve reflexão e pense se você é o tipo de pessoa em busca de uma figura “carismática” para admirar. Talvez seja melhor passear em um parque, visitar um shopping, assistir um filme no cinema ou uma peça de teatro. Há quanto tempo você não faz isso?

Vale lembrar que o lazer é saudável e todos precisamos viver emoções diferentes para sair do tédio, mas cuidado com os lugares onde você busca. Donald Trump, por exemplo, participou do filme “Esqueceram de Mim 2” em 1992, “Um Maluco no Pedaço” em 1994, liderou o reality show “O Sócio” em 1996, apareceu no seriado “Sex and the City” em 1999 e esteve em diversos outros programas de entretenimento antes de se tornar presidente.

E isso não serve apenas para os dois. Tente perceber se você não está sendo conduzido por mera propaganda. Não é possível que o sistema político seja o melhor ambiente para investir suas caras emoções.

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